sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Morte no trânsito da Capital será tratada como epidemia - Colaboração = Rudel Trindade -06/05/2010



A prefeitura de Campo Grande vai tratar a partir de agora como epidemia feito a dengue as mortes provocadas no trânsito da Capital, listada em dados federais como uma duas cinco cidades brasileiras onde mais pessoas morrem vítimas de acidentes.
Para conter a violência e mortalidade no trânsito, o município firmou hoje um acordo com a Opas (Organização Pan-Americana da Saúde), entidade internacional de saúde pública e Ministério da Saúde, que vão tocar aqui um projeto proposto pela OMS (Organização Mundial de Saúde). A ideia central do programa é debater ações educativas em escolas, empresas e nas ruas.
Além de Campo Grande, participam desse programa as capitais Palmas (TO), Teresina (TO), Curitiba (PR) e Belo Horizonte (MG), também tidas como as que possuem os trânsitos mais violentos do país.
Aqui na Capital, segundo dados registrados pelo Detran no ano passado, por semana, ao menos um pessoa morreu em acidentes trânsito. E esse índice macabro pode alcançar um número bem mais assustador: é que o estudo anota apenas a morte ocorrida no local do acidente. A pesquisa não leva em conta os casos em que a vítima é levada para o hospital, e ali, morre.
A coordenadora do programa, Marta Silva, do Ministério da Saúde, que esteve hoje em Campo Grande reunida com o prefeito da cidade, Nelsinho Trad (PMDB), disse que no Brasil 37 mil morrem por ano vítimas de acidentes de trânsito e o que o país gasta em torno de 2% do PIB (Produto Interno Bruto) com tratamentos de acidentados. Ela disse ainda que uma das primeiras etapas do projeto deva desenvolver ações educativas e preventivas com foco no controle de velocidade e relação álcool e direção.
“Vamos aderir ao projeto da OMS e estamos prontos para trabalhar. A Capital foi escolhida por ter um grande número de acidentes, mas também por ter ruas largas e ações de cidadania e educação no trânsito”, disse o prefeito da cidade.
Uma dos problemas que inflam os índices de mortalidade no trânsito da Capital tem a ver com o crescente aumento da frota de veículos. Em março passado, por exemplo, dois meses atrás, segundo dados do Detran, havia aqui 362.922 veículos registrados, isto é, uma média de dois carros para cada habitante. E o número de vias na cidade não acompanha a evolução da frota.
O projeto
O Brasil foi selecionado pela Fundação Bloomberg (EUA) para o projeto mundial que visa a prevenção de lesões e mortes no trânsito até 2015. O Projeto Sobre Prevenção de Lesões e Mortes Provocadas no Trânsito e de Segurança Viária – Fundação Bloomberg terá recurso total de US$ 125 milhões, sendo que US$ 3 milhões serão destinados a ações em território brasileiro. A Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) irá gerenciar o recurso no País e já recebeu U$S 380 mil do total.
Após o convite da Fundação, a comissão interministerial e membros da OPAS avaliaram as cidades brasileiras a receberem os recursos de acordo com diversos critérios, como população, regionalização, adesão política (interesse em desenvolver ações na área), sede ou proximidade com cidades sede de jogos da Copa do Mundo de 2014, obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento do Governo Federal) e número de mortalidades em acidentes de trânsito.

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