DA AGÊNCIA BRASIL
O aeroporto internacional Tom Jobim (Galeão), na Ilha do Governador (zona norte do Rio), é o responsável pelo maior número de colisões entre pássaros e aviões no país. De acordo com o Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos), só no ano passado foram 93 casos na área. Dados da Infraero (Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária) mostram que, há três anos, o registro era de pouco mais de 40 casos por ano.
Com essa evolução, o aeroporto passa a responder por cerca de 10% desse tipo de colisão no país, superando o volume de registros dos aeroportos com maior movimento, como Guarulhos, Congonhas e Brasília.
Os dados mostram apenas registros feitos pelas empresas aéreas e tripulações, como explicou o major Rubens de Oliveira, gerente do Programa de Controle do Perigo Aviário. Segundo ele, "há um consenso internacional que somente 20% a 25% das colisões que acontecem são comunicadas. Há uma tendência de [o registro de casos] ser maior [do que o divulgado] e de forma geral, é de 4 a 5 vezes maior do que esse volume".
A maior preocupação dos técnicos são os urubus, que, por voarem mais alto e por mais tempo, provocam mais incidentes, além de quero-queros, corujas e carcarás. A identificação dessas aves explica a liderança do aeroporto do Galeão nesse ranking. O complexo fica às margens da Baía de Guanabara, cercado pelo esgoto a céu aberto, lançado por comunidades próximas, além de manguezais e detritos acumulados.
"O entorno do Galeão é muito complicado. A própria Baía de Guanabara é muito poluída com atração de muitas aves como garças e urubus, o aterro de Gramacho, os lixões clandestinos. Esse micro ambiente do entorno do Galeão nos preocupa muito e o aeroporto tem muito movimento. E quanto maior o movimento no aeroporto, maior o risco de colisões com as aves", afirmou o major.
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